Yoga no inverno


O inverno chegou e nós costumamos ter muita sensibilidade quando essa estação começa. O corpo sente e algumas vezes sucumbimos aos resfriados ou gripes. Sentimos uma vontade menor de sair da cama, de fazer as tarefas que nos competem, de nos movimentar.

Quando estudamos as escrituras do yoga encontramos lá muito auxílio para superarmos esses obstáculos. Num dos versos dos sutras de Patanjali ele nos diz:

Nós podemos prevenir (pratisedha-artham) essas (tad) manifestações desagradáveis, fonte de angústia mental. De fato, é possível antecipá-las e evitá-las. Como?
Pelo firme compromisso (abhyasa) com um princípio único (eka-tattva): isso é um compromisso coerente de longo prazo com uma referência constante, uma fonte de energia e paz, um sistema que seja forte o suficiente para nos dar direção na vida. Esse princípio de constante regeneração é o cimento que nos mantém equilibrados, o néctar que alimenta nosso entusiasmo, fé e clareza. (I.32 Tat-pratisedha-artham-eka-tattva-abhyasah). 

Isso quer dizer que se seguirmos praticando, firmes no nosso propósito, não é um friozinho que vai nos tornar pessoas rabugentas e reclamonas. Podemos ter que vencer alguns obstáculos a mais, mas nada que nos impeça de seguir adiante. Podemos deixar para acordar 15 minutos depois, mas a prática segue firme.

Estamos falando aqui do sistema do yoga como fonte desse princípio de constante regeneração – o cimento que nos mantém equilibrados. Mas não nos referimos apenas à parte que é relativa ao corpo e à respiração. As práticas de asanas e pranayamas obviamente têm um papel importante. Mas a prática de observar a nós mesmos, percebermos a preguiça, a indolência, a vontade de ficar embaixo do cobertor, percebermos que uma simples mudança no clima é capaz de nos abalar e mudar nossa energia, de nos deixar mal humorados – essa prática também tem um papel crucial para que não caiamos na armadilha da estagnação.
Por isso o estudo dos ensinamentos do yoga é tão importante. Não basta que utilizemos apenas algumas das ferramentas que Patanjali nos oferece. É preciso que utilizemos todas elas, simultaneamente ou alternadamente, não importa. Patanjali nos convida a trabalharmos com nossas mentes. Deixar que a mente seja menos reativa aos estímulos externos. Verão, inverno, chuva, geada, não importa. São apenas ciclos que acontecem numa sequência ininterrupta de seguimento da vida.

Márcia Becker

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